sexta-feira, 13 de outubro de 2017

REGRESSAR



Regresso ao ponto de partida e o tempo passou sobre mim , a fazer negaças e a dizer que a soberania é dele e só dele.
Tenho de me render. Não há nada de mais sensato do que reconhecer a prepotência. Assim, aleijamo-nos menos.
Os clássicos concediam grande importância à "apocatástase", que não era mais do que o regresso de um corpo celeste ao lugar de partido da sua órbita circular. Dizem os físicos que a Natureza inorgânica , embora sujeita a desgaste, não sente dor.
Mas o regresso de uma natureza orgânica ao seu ponto de partida encontra-se mediada pelo Tempo. E esse cobra o juro, no corpo e no íntimo dos seres vivos, da sua passagem.
Seja como for, cá estou outra vez. Até cumprir, o derradeiro exercício da minha última órbita. E esta, valha a verdade, nunca teve a regularidade e o equilíbrio da circularidade.